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Bentinho do Sagrado Coração de Jesus
Bentos pelo Papa Pio IX
"Vou benzer esse Coração, e
quero que todos aqueles que forem feitos segundo este
modelo recebam esta bênção, sem ser necessário que
algum outro padre o renove."
Este bentinho, para ser conforme o
original, deve assentar sobre baetilha branca (pano
grosso de algodão). A Sagrada Congregação dos Ritos
permite que se empregue indiferentemente pano branco ou
vermelho. Mas se a forma e a matéria dos bentinhos não
são indiferentes à piedade e devoção dos fiéis, a
Igreja nos ensina que é especialmente por meio de um
grande espírito de Fé, e fiel observância dos
mandamentos, que se merecem as bênçãos e proteção
aos que usarem o bentinho do Sagrado Coração de Jesus.
Origem
A origem do bentinho do Sagrado Coração data de
1720. A peste fazia então estragos horríveis em
Marselha. Uma santa religiosa do primeiro convento da
Visitação estabelecido nessa cidade, pedindo a Deus que
o flagelo cessasse, soube por meio de uma revelação que
alcançariam misericórdia todos aqueles que trouxessem
consigo a imagem do Sagrado Coração, com a seguinte
invocação:
Alto! O Coração de
Jesus está comigo.
Esta religiosa morreu em conceito de santidade. Nosso
Senhor a chamava a Sua segunda Margarida Maria
(Alacoque). Contudo, este bentinho não passou de uma
devoção particular, apesar da proteção bem visível
da qual gozavam todos aqueles que o traziam consigo.
A cólera d'Amiens, em 1865, fez reviver este recurso
sensível ao Coração de Jesus: um número considerável
destes bentinhos foi espalhado por fervorosos cristãos,
e sua fé alcançou também o mesmo prêmio.
Entretanto, um flagelo mil vezes mais terrível que a
peste e a cólera devia brevemente cair sobre Paris e a
França. As sementes de irreligião, blasfêmias e
revoltas, às claras ou às escondidas, contra a Igreja
de Jesus Cristo e Seu Vigário, de repente chegaram a
manifestar-se; e bem depressa se viu a invasão, a fome,
a guerra civil, o incêndio e o assassínio devastarem,
arruinarem e dizimarem a pobre França.
O flagelo caiu sobre aquela nação e sobre muitas
outras, as quais ainda não se curvaram diante do Senhor
por meio de um verdadeiro arrependimento e de penitência
pública: e os filhos de Deus, assustados e estupefactos
à vista dos horríveis golpes da mão divina, se acolhem
quase por instinto ao Coração de Jesus, como ao único
e santo amparo, onde se encontra segurança. Maria
Santíssima para ali os convida e seguindo as suas
inspirações maternais, o bentinho do Sagrado Coração
de Jesus vem juntar-se aos de Sua Mãe Santíssima.
Contudo, uma senhora romana, desejando saber a
opinião do Sumo Pontífice a tal respeito, propôs-lhe o
seu projeto, e Pio IX, comovido à vista deste sinal de
salvação, lhe respondeu: "Isto é, senhora,
uma inspiração do Céu... Sim, do Céu". E,
depois de um breve recolhimento, acrescentou:
"Vou benzer esse Coração, e quero que todos
aqueles que forem feitos segundo este modelo recebam esta
bênção, sem ser necessário que algum outro padre o
renove. Além disso, quer que Satanás de modo algum
possa causar dano àqueles que trouxerem consigo o
bentinho, símbolo do Coração adorável de Jesus".
Depois disso, levado pelos transportes de sua fé,
compôs uma bela oração:
Abri-me o Vosso Sagrado Coração, ó Jesus!...
mostrai-me os Seus encantos, uni-me a Ele para sempre.
Que todos os movimentos e palpitações do meu coração,
mesmo durante o sono, Vos sejam um testemunho do meu
amor, e Vos digam sem cessar: Sim, Senhor Jesus, eu Vos
adoro... aceitai o pouco bem que pratico... fazei-me a
mercê de reparar o mal cometido... para que Vos louve no
tempo, e Vos bendiga durante toda a eternidade. Amém.
Pode imprimir-se
Leiria, 6 de junho de 1987
Pe. Henrique Fernandes da Fonseca
Vigário Geral
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