Oitava de Páscoa
Quinta-feira
Quinta-feira da Oitava da Páscoa
“Os meios para enraizarmos sempre mais em nós a graça pascal são: a meditação do mistério da
Ressurreição e das várias manifestações de Jesus; particularmente, a Comunhão fervorosa e
freqüente, e a luta perseverante contra o pecado.
Devemos assim fomentar em nosso íntimo sentimentos da mais santa alegria e da mais viva gratidão
para com o divino Triunfador.”
Missal Romano
Como viver essa “luta perseverante contra o pecado”? Vejamos os ensinamentos dos santos:
“Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e
perseverança à virtude. São elas a oração, o jejum e a misericórdia. O que a oração pede, o jejum o
alcança e a misericórdia o recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se
vivificam reciprocamente.
O jejum é a alma da oração, e a misericórdia dá vida ao jejum. Ninguém queira separar essas três
coisas, pois não podem ficar desunidas. Quem pratica somente uma delas, ou não as pratica
simultaneamente, é como se nada fizesse. Por conseguinte, quem ora também jejue; e quem jejua exerça
a misericórdia.
Ouça os que lhe pedem, quem deseja ser ouvido quando ele próprio pedir; pois abre para si mesmo os
ouvidos de Deus quem não fecha os seus aos que lhe suplicam.
Quem jejua pense no sentido do jejum; seja sensível à fome dos outros quem deseja que Deus seja
sensível à sua; seja misericordioso quem espera misericórdia; quem procura obter piedade também a
dispense; quem quer ser ajudado ajude os outros. É mau solicitante o que pede para si mesmo aquilo
que nega aos demais.”
(São Pedro Crisólogo)
Pelo jejum, dominamos nossos próprios instintos e paixões, especialmente os excessos da gula, da sexualidade, da bebida, do pecado: dessa forma, o jejum terá o objetivo de nos moderar, eliminando excessos que prejudicam nosso equilíbrio. Além do sentido de penitência e mortificação dos sentidos, o jejum nos ensina a ser solidários para com os mais necessitados, aproximando-nos de Deus.
Todo sacrifício que se faz, na perspectiva da fé e do amor, é oferta agradável ao Senhor, que não quer nossos sacrifícios nem nossos holocaustos, mas nossa obediência, isto é, nosso amor.
Patrício Sciadini, OCD
Jejum: o que é, como se faz